Foi iniciada, no dia 25 de janeiro, a etapa final do maior estudo epidemiológico sobre Covid-19 realizado no Brasil. O EPICOVID-19 BR 2: Inquérito Nacional de Soroprevalência de Acesso Expandido vai concluir os níveis de infecção da população a partir do levantamento em 133 municípios no país.

Nesta fase, que acontece em um momento estratégico – final do primeiro ano da pandemia e antes do início da vacinação em massa, será realizada a fase de coleta e questionários A fase terá o equivalente a 50% a mais de pessoas em relação às primeiras quatro etapas do estudo, as quais quase 100.000 foram testadas. A etapa final unifica a quinta e sexta fase, número de etapas originais da pesquisa, para alavancar uma conclusão sobre a pandemia no contexto nacional.

Dos 133 municípios, divididos em 25 setores censitários, 8 domicílios serão selecionados aleatoriamente para o inquérito que utilizará testes sorológicos para identificação dos anticorpos SARS CoV-2 da classe classe IgG presente no soro. Os testes permitirão saber se as pessoas tiveram contato com o vírus e se desenvolveram resposta de anticorpos ao mesmo, indicando proteção eventual.

O EPICOVID-19 BR tem como objetivo estimar o percentual de brasileiros infectados com SARS-CoV-2 por idade, gênero, condição econômica, município e região geográfica. A pesquisa também determinará o percentual de assintomáticos, avaliar sintomas e letalidade e oferecer subsídio para políticas públicas e medidas de isolamento social.

O estudo é coordenado por Marcelo N. Burattini, da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S.Paulo – FAPESP, que irá utilizar a rede de laboratórios parceiros do Grupo Pardini para viabilizar as coletas em todo o território nacional.

Balanço parcial do estudo

Nas quatro fases iniciais, as quais quase 100.000 foram testadas, o estudo apontou que:

  • 60% dos casos apresentaram sintomas;
  • Metade dos entrevistados com anticorpos para a covid-19 declarou ter dor de cabeça (58%), alteração de olfato ou paladar (57%), febre (52,1%), tosse (47,7%) e dor no corpo (44,1%);
  • Enquanto no Norte 10% da população, em média, tinha ou já havia contraído o coronavírus, no Sul esse percentual ficava em torno de 1%;
  • Em todas as fases da pesquisa, os 20% mais pobres apresentaram o dobro do risco de infecção em comparação aos 20% mais ricos;
  • No caso dos indígenas, o risco de contrair a doença mostrou-se cinco vezes maior do que os brancos.

(Fonte: Revista Cipa)

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