{"id":2035,"date":"2021-03-30T19:17:39","date_gmt":"2021-03-30T22:17:39","guid":{"rendered":"https:\/\/playcipa.com.br\/?p=1571"},"modified":"2021-03-30T19:17:39","modified_gmt":"2021-03-30T22:17:39","slug":"covid-19-pesquisa-revela-impactos-em-95-dos-profissionais-de-saude","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/playcipa.com.br\/covid-19-pesquisa-revela-impactos-em-95-dos-profissionais-de-saude\/","title":{"rendered":"Covid-19: pesquisa revela impactos em 95% dos profissionais de sa\u00fade"},"content":{"rendered":"\n

A pandemia da covid-19 modificou de modo significativo a vida de 95% dos profissionais da \u00e1rea da sa\u00fade que h\u00e1 mais de um ano atuam na linha de frente do combate \u00e0 doen\u00e7a. Quase 50% admitiram excesso de trabalho ao longo da crise sanit\u00e1ria, com jornadas acima de 40 horas semanais. Os dados s\u00e3o da pesquisa Condi\u00e7\u00f5es de Trabalho dos Profissionais de Sa\u00fade no Contexto da Covid-19, realizada pela Funda\u00e7\u00e3o Oswaldo Cruz (Fiocruz) em todo o territ\u00f3rio nacional.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa mostrou que 45% precisam ter mais de um emprego para se manter e que 14% da for\u00e7a de trabalho que atua na linha de frente est\u00e1 no limite da exaust\u00e3o. Conforme a consulta, os profissionais est\u00e3o esgotados, n\u00e3o s\u00f3 por causa da proximidade com o alto n\u00famero de casos e de pacientes mortos, inclusive colegas, parentes e amigos, mas tamb\u00e9m por altera\u00e7\u00f5es significativas provocadas pela pandemia em sua vida.<\/p>\n\n\n\n

O levantamento, classificado pela Fiocruz como o mais amplo sobre as condi\u00e7\u00f5es de trabalho dos profissionais de sa\u00fade desde o in\u00edcio da pandemia, analisou o ambiente e a jornada de trabalho, o v\u00ednculo com a institui\u00e7\u00e3o, a vida do profissional na pr\u00e9-pandemia e as consequ\u00eancias do atual processo de trabalho, envolvendo aspectos f\u00edsicos, emocionais e ps\u00edquicos desses trabalhadores.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a coordenadora do estudo, Maria Helena Machado, ap\u00f3s um ano de caos sanit\u00e1rio, a pesquisa retrata a realidade dos profissionais que est\u00e3o na linha de frente, marcados pela dor, sofrimento e tristeza, com fortes sinais de esgotamento f\u00edsico e mental. \u201cTrabalham em ambientes de forma extenuante, sobrecarregados para compensar o elevado absente\u00edsmo. O medo da contamina\u00e7\u00e3o e da morte iminente acompanha seu dia a dia, em gest\u00f5es marcadas pelo risco de confisco da cidadania do trabalhador, [medo de] perdas dos direitos trabalhistas, terceiriza\u00e7\u00f5es, desemprego, perda de renda, sal\u00e1rios baixos, gastos extras com compras de EPI [equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual], transporte alternativo e alimenta\u00e7\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n

De acordo com a pesquisa, 43,2% dos profissionais de sa\u00fade n\u00e3o se sentem protegidos ao enfrentar a covid-19. Para 23% deles, o principal motivo desse temor est\u00e1 relacionado com a falta, escassez e inadequa\u00e7\u00e3o do uso de EPIs. Entre esses trabalhadores, 64% destacaram a necessidade de improvisar equipamentos.<\/p>\n\n\n\n

O medo generalizado de se contaminar no trabalho foi apontado por 18% dos entrevistados; a falta de estrutura adequada para realiza\u00e7\u00e3o da atividade. por 15%; e fluxos de interna\u00e7\u00e3o ineficientes, por 12,3%. Al\u00e9m disso, 11,8% citaram o despreparo t\u00e9cnico dos profissionais para atuar na pandemia e 10,4% denunciaram a insensibilidade de gestores para suas necessidades profissionais.<\/p>\n\n\n\n

Transtornos<\/h3>\n\n\n\n

Os entrevistados apontaram ainda consequ\u00eancias graves e prejudiciais na sa\u00fade mental dos que trabalham na assist\u00eancia aos pacientes com covid-19. As altera\u00e7\u00f5es mais comuns identificadas pelos profissionais no cotidiano s\u00e3o perturba\u00e7\u00e3o do sono (15,8%), irritabilidade\/choro frequente\/dist\u00farbios em geral (13,6%), incapacidade de relaxar\/estresse (11,7%), dificuldade de concentra\u00e7\u00e3o ou pensamento lento (9,2%), perda de satisfa\u00e7\u00e3o na carreira ou na vida\/tristeza\/apatia (9,1%), sensa\u00e7\u00e3o negativa do futuro\/pensamento negativo, suicida (8,3%) e altera\u00e7\u00e3o no apetite\/altera\u00e7\u00e3o do peso (8,1%).<\/p>\n\n\n\n

Sobre o trabalho di\u00e1rio, 22,2% relataram a conviv\u00eancia com um trabalho extenuante, embora 16% deles tenham indicado altera\u00e7\u00e3o referente a aspectos de biosseguran\u00e7a e contradi\u00e7\u00f5es na rotina profissional, a mesma propor\u00e7\u00e3o relatou melhora no relacionamento entre as equipes.<\/p>\n\n\n\n

Para os entrevistados, as transforma\u00e7\u00f5es s\u00e3o reflexo de v\u00e1rios fatores, entre os quais, a falta de apoio institucional, relatada por 60%. Outros fatores que tamb\u00e9m afligem os trabalhadores da sa\u00fade s\u00e3o a desvaloriza\u00e7\u00e3o pela pr\u00f3pria chefia (21%), a grande ocorr\u00eancia de epis\u00f3dios de viol\u00eancia e discrimina\u00e7\u00e3o (30,4%) e a falta de reconhecimento por parte da popula\u00e7\u00e3o usu\u00e1ria, neste caso, somente 25% se sentem mais valorizados.<\/p>\n\n\n\n

Para Maria Helena Machado, ficou claro no estudo que 40% dos profissionais sofreram algum tipo de viol\u00eancia no ambiente de trabalho, uma situa\u00e7\u00e3o que se agrava pela discrimina\u00e7\u00e3o na pr\u00f3pria vizinhan\u00e7a (33,7%) e no trajeto do trabalho para casa (27,6%). \u201cEm outras palavras, as pessoas consideram que o trabalhador transporta o v\u00edrus e, portanto, ele \u00e9 um risco. Se n\u00e3o bastasse esse cen\u00e1rio desolador, os profissionais de sa\u00fade experimentam ainda a priva\u00e7\u00e3o do conv\u00edvio social entre colegas de trabalho, a priva\u00e7\u00e3o da liberdade de ir e vir, o conv\u00edvio social e a priva\u00e7\u00e3o do conv\u00edvio familiar\u201d, completou a coordenadora da pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

Fake news<\/h3>\n\n\n\n

A dissemina\u00e7\u00e3o de fake news<\/em> (not\u00edcias falsas) \u00e9 um verdadeiro obst\u00e1culo no combate ao novo coronav\u00edrus, afirmam mais de 90% dos profissionais de sa\u00fade ouvidos na pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

No atendimento, 76% dos entrevistados relataram que o paciente tinha algum tipo de cren\u00e7a referente \u00e0s not\u00edcias falsas, como a ado\u00e7\u00e3o de medicamentos ineficazes para preven\u00e7\u00e3o e tratamento. E uma porcentagem expressiva  (70%) dos trabalhadores n\u00e3o considera os posicionamentos de autoridades sanit\u00e1rias sobre a covid-19  \u201cconsistentes e esclarecedores\u201d, destacou a Fiocruz.<\/p>\n\n\n\n

Perfil<\/h3>\n\n\n\n

O question\u00e1rio elaborado pela Escola Nacional de Sa\u00fade P\u00fablica e pelo Centro de Estudos Estrat\u00e9gicos da Fiocruz foi aplicado em todas as categorias profissionais da \u00e1rea de sa\u00fade, incluindo m\u00e9dicos, enfermeiros, odont\u00f3logos, fisioterapeutas, farmac\u00eauticos, administradores hospitalares, engenheiros de seguran\u00e7a do trabalho e sanitaristas e um expressivo n\u00famero de residentes e graduandos, em mais de 2 mil munic\u00edpios.<\/p>\n\n\n\n

Os dados mostraram que a maior parte da for\u00e7a de trabalho \u00e9 feminina (77,6%). A maioria das equipes \u00e9 formada por enfermeiros (58,8%), seguida de m\u00e9dicos (22,6%), fisioterapeutas (5,7%), odont\u00f3logos (5,4%) e farmac\u00eauticos (1,6%), com as demais profiss\u00f5es correspondendo a 5,7%.<\/p>\n\n\n\n

O levantamento indicou ainda que cerca de 25% deles foram infectados pela covid-19.<\/p>\n\n\n\n

Entre os profissionais da linha de frente, 44% t\u00eam idade entre 36 e 50 anos. Os que t\u00eam at\u00e9 35 anos s\u00e3o 38,4%. Quanto \u00e0 cor ou ra\u00e7a, 57,7% declararam-se brancos, 33,9%, pardos e 6%, pretos.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com a pesquisa, 34,5% dos profissionais trabalham em hospitais p\u00fablicos, 25,7%, na aten\u00e7\u00e3o prim\u00e1ria e 11,2%, na rede privada. A maior parte est\u00e1 concentrada nas capitais e regi\u00f5es metropolitanas (60%).<\/p>\n\n\n\n

(Fonte: Ag\u00eancia Brasil)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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