{"id":1649,"date":"2021-05-17T11:51:15","date_gmt":"2021-05-17T14:51:15","guid":{"rendered":"https:\/\/playcipa.com.br\/?p=1649"},"modified":"2021-05-17T11:51:15","modified_gmt":"2021-05-17T14:51:15","slug":"covid-19-estudo-mostra-que-criancas-tem-baixa-taxa-de-transmissao-a-adultos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/playcipa.com.br\/covid-19-estudo-mostra-que-criancas-tem-baixa-taxa-de-transmissao-a-adultos\/","title":{"rendered":"COVID-19: estudo mostra que crian\u00e7as t\u00eam baixa taxa de transmiss\u00e3o a adultos"},"content":{"rendered":"\n

Ap\u00f3s mais de um ano de pandemia, ainda n\u00e3o est\u00e1 totalmente esclarecido o papel das crian\u00e7as na propaga\u00e7\u00e3o do coronav\u00edrus. Mas um novo estudo de cientistas brasileiros e estrangeiros constata: elas t\u00eam maior probabilidade de serem infectadas por adultos do que de transmitirem a Covid-19 para eles \u2014 ou seja, menos chance de passar o v\u00edrus adiante. Informa\u00e7\u00e3o preciosa, tanto para tra\u00e7ar estrat\u00e9gias de reabertura de escolas quanto para amplia\u00e7\u00e3o de planos de vacina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores investigaram a transmiss\u00e3o da Covid-19 na comunidade de Manguinhos, de maio a setembro de 2020, e mostram que todas as crian\u00e7as que testaram positivo para o Sars-CoV-2 haviam tido contato com adultos ou adolescentes com sintomas de Covid-19. A coordenadora do estudo, Patr\u00edcia Brasil, chefe do Laborat\u00f3rio de Pesquisa Cl\u00ednica em Doen\u00e7as Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, ressalta que os dados se referem a um momento diferente da pandemia, quando a variante P.1, mais transmiss\u00edvel e hoje dominante, ainda n\u00e3o havia surgido. O distanciamento social tamb\u00e9m era maior do que agora.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Ainda assim n\u00e3o faz sentido manter as escolas fechadas com o restante da economia aberta \u2014 diz a cientista. \u2014 A vacina\u00e7\u00e3o dos profissionais de educa\u00e7\u00e3o, no entanto, \u00e9 essencial para a reabertura.<\/p>\n\n\n\n

No in\u00edcio da pandemia, se acreditava que, a exemplo do que ocorre com a gripe e outras viroses respirat\u00f3rias, as crian\u00e7as poderiam ser grandes transmissoras de Covid-19. Contribui para isso o fato de que elas apresentam poucos sintomas e n\u00e3o conseguem seguir como os adultos medidas de higiene e de distanciamento social.<\/p>\n\n\n\n

Mas, na pr\u00e1tica, n\u00e3o se observou um papel significativo das crian\u00e7as na propaga\u00e7\u00e3o da pandemia, embora as escolas tenham permanecido fechadas. As crian\u00e7as tampouco adoecem significativamente com o coronav\u00edrus e s\u00e3o o grupo menos atingido pela pandemia.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa prossegue para investigar como ocorre a transmiss\u00e3o este ano, quando a pandemia se intensificou e novas variantes do coronav\u00edrus, principalmente a P1, est\u00e3o em circula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Reabertura cuidadosa<\/h3>\n\n\n\n

Realizado por pesquisadores da Fiocruz, da Universidade da Calif\u00f3rnia e da Escola de Medicina Tropical e Higiene de Londres, o estudo foi aceito para publica\u00e7\u00e3o na revista Pediatrics, editada pela Sociedade Americana de Pediatria. Seus dados s\u00e3o importantes num momento em que as escolas do ensino fundamental do munic\u00edpio do Rio de Janeiro se preparam para voltar \u00e0s aulas presenciais amanh\u00e3 \u2014 ao mesmo tempo em que a vacina\u00e7\u00e3o dos profissionais de educa\u00e7\u00e3o est\u00e1 suspensa por falta de doses.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas est\u00e3o cientes dos dois lados do problema. Para eles, n\u00e3o h\u00e1 benef\u00edcio claro em manter escolas fechadas se est\u00e3o abertos outros locais onde o risco de cont\u00e1gio \u00e9 maior, como shoppings, bares e restaurantes. Defendem, por\u00e9m, que a volta \u00e0s aulas seja feita, al\u00e9m da j\u00e1 citada vacina\u00e7\u00e3o dos profissionais de educa\u00e7\u00e3o, cuidados de higiene, distanciamento social e uso de m\u00e1scara.<\/p>\n\n\n\n

A epidemiologista da Fiocruz Marilia S\u00e1 Carvalho, tamb\u00e9m autora do estudo, diz que, sem estes cuidados b\u00e1sicos, a reabertura das escolas aumentar\u00e1 a circula\u00e7\u00e3o do coronav\u00edrus. Mas, se tomadas as precau\u00e7\u00f5es, as escolas podem n\u00e3o ter grande impacto na transmiss\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 A crian\u00e7a n\u00e3o \u00e9 o maior transmissor da Covid-19 \u2014 sintetiza Carvalho.<\/p>\n\n\n\n

Intitulado \u201cA din\u00e2mica da infec\u00e7\u00e3o de Sars-CoV-2 em crian\u00e7as e contatos domiciliares numa comunidade pobre do Rio de Janeiro\u201d, o estudo analisou dados de 323 crian\u00e7as (de 0 a 13 anos), 54 adolescentes (14 a 19 anos) e 290 adultos. A base da pesquisa foi o acompanhamento de crian\u00e7as atendidas no Centro de Sa\u00fade Escola Germano Sinval Faria, da Escola Nacional de Sa\u00fade P\u00fablica Sergio Arouca (ENSP\/Fiocruz), em Manguinhos. Foram 45 crian\u00e7as que testaram positivo para o Sars-CoV-2 (13,9% do total).<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas fizeram visitas \u00e0s resid\u00eancias dessas crian\u00e7as e as testaram com PCR (para detectar o coronav\u00edrus) e sorologia (em busca de anticorpos que revelassem exposi\u00e7\u00e3o ao Sars-CoV-2). Adultos e adolescentes que moravam com as crian\u00e7as atendidas tamb\u00e9m foram testados.<\/p>\n\n\n\n

A hip\u00f3tese dos pesquisadores era a de que se a transmiss\u00e3o fosse principalmente de adultos e adolescentes para crian\u00e7as, eles teriam anticorpos antes delas. Foi exatamente o que ocorreu.<\/p>\n\n\n\n

Vacina\u00e7\u00e3o infantil<\/h3>\n\n\n\n

Os cientistas ressaltam que mesmo n\u00e3o tendo papel importante na transmiss\u00e3o da Covid-19, \u00e9 preciso incluir as crian\u00e7as nos ensaios cl\u00ednicos de imunizantes.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se os adultos forem imunizados e as crian\u00e7as n\u00e3o, elas podem continuar a perpetuar a epidemia \u2014 explica Patr\u00edcia Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores lembram ainda que em pa\u00edses de alta incid\u00eancia da Covid-19, como o Brasil, \u00e9 preciso imunizar no m\u00ednimo 85% da popula\u00e7\u00e3o para de fato conter a pandemia. E esse percentual s\u00f3 ser\u00e1 alcan\u00e7ado com a inclus\u00e3o de crian\u00e7as no programa de vacina\u00e7\u00e3o. No Brasil, 25% da popula\u00e7\u00e3o t\u00eam menos de 18 anos.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, nenhuma das vacinas contra a Covid-19 foi aprovada para crian\u00e7as. Elas n\u00e3o participaram dos ensaios cl\u00ednicos por raz\u00e3o l\u00f3gica: n\u00e3o s\u00e3o parte dos grupos priorit\u00e1rios. No entanto, os fabricantes de alguns dos imunizantes j\u00e1 iniciaram testes com crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

A Pfizer\/BioNTech anunciou que pedir\u00e1 autoriza\u00e7\u00e3o \u00e0 ag\u00eancia reguladora europeia para vacinar, a partir de junho, a faixa et\u00e1ria entre 12 e 15 anos \u2014 que j\u00e1 recebe doses no Canad\u00e1. E a Pfizer espera para julho os resultados dos testes com o imunizante em crian\u00e7as de 5 a 12 anos. Para setembro, por sua vez, est\u00e3o previstos os resultados dos ensaios cl\u00ednicos com beb\u00eas a partir de seis meses de idade.<\/p>\n\n\n\n

(Fonte: O Globo)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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