ergonomia – Playcipa https://playcipa.com.br Segurança e Saúde Ocupacional Tue, 20 Jul 2021 21:10:50 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://playcipa.com.br/wp-content/uploads/2022/07/logo-fundo-branco-removido-84x84.png ergonomia – Playcipa https://playcipa.com.br 32 32 Biomecânica e Fisiologia do Trabalho são essenciais para ação ergonômica eficaz https://playcipa.com.br/biomecanica-e-fisiologia-do-trabalho-sao-essenciais-para-acao-ergonomica-eficaz/ https://playcipa.com.br/biomecanica-e-fisiologia-do-trabalho-sao-essenciais-para-acao-ergonomica-eficaz/#respond Tue, 20 Jul 2021 21:10:50 +0000 https://playcipa.com.br/?p=1736 A ação ergonômica tem como principal objetivo adaptar o trabalho às pessoas, visando produzir bem, com conforto e segurança. Para a eficácia desse propósito, um dos pontos chaves é um conhecimento sólido sobre Biomecânica e Fisiologia do Trabalho.

ALAVANCAS E SEU IMPACTO

Desde Arquimedes, no século III A.C., sabe-se da existência de três tipos de alavancas: interfixa, interpotente e inter-resistente. O ser humano tem a alavanca interfixa no pescoço e na coluna vertebral lombar. Nesses dois pontos, o bom equilíbrio no eixo do corpo é fundamental para que não se tenha fadiga.

A alavanca inter-resistente é a melhor para se fazer esforços, mas ela praticamente não existe no ser humano. A grande predominância é de alavancas interpotentes, nas quais o ponto de aplicação da força está muito mais próximo da articulação do que a carga. Deduz-se, então, a regra número um da Biomecânica: “O sistema musculoesquelético do ser humano o habilita a desenvolver movimentos amplos, velozes e precisos, porém contra pequena resistência”. Em consequência, aplica-se o velho aforisma: “Quem planta vento, colhe tempestade”, que seria traduzido para: empresa que mantém seus trabalhadores fazendo força excessiva colhe afastamentos, atestados, processos na Justiça e perdas financeiras.

Assim, um dos primeiros princípios para uma atuação ergonômica eficaz nas empresas é investigar as situações em que os trabalhadores estão fazendo força muscular excessiva e tratar de reduzir a intensidade desses esforços.

  • Contração muscular dinâmica, sim; contração estática, não! Na contração muscular dinâmica, o músculo desloca o segmento corpóreo. Mas existe um outro tipo de contração muscular em que não se vê o deslocamento do segmento corpóreo. Porém, há um aumento do grau de tensão interna do músculo, geralmente para suportar um peso ou para estabilizar uma parte do corpo. São as denominadas contrações musculares estáticas, geralmente invisíveis para os menos experientes em ergonomia, nas quais o fluxo de sangue para o músculo é reduzido, o que resulta em aumento da produção interna de ácido láctico, potente irritante das terminações nervosas de dor.

    Elas costumam ser encontradas quando o corpo está fora do eixo vertical natural, em atividades com os braços acima do nível dos ombros, na sustentação de uma carga ou na estabilização de uma parte do corpo para que outra trabalhe. Também costumam estar presentes em uso intensivo de computadores quando o posto de trabalho está ruim ou quando a carga tensional está alta. Felizmente costumam durar pouco tempo, pois a dor muscular faz com que o indivíduo procure uma posição de alívio, se puder. Porém, se prolongadas, as contrações estáticas costumam ocasionar degeneração de músculos (mioses, tendinoses), de cura difícil. A prevenção passa por acerto da altura dos planos de trabalho, eliminação dos esforços assimétricos e de estabilização e por apoiar segmentos corpóreos quando isso se mostrar necessário.
  • Fatores mais importantes da equação do NIOSH: A avaliação científica das atividades de levantamento de cargas regulares e paletizações teve excelente contribuição com a equação do NIOSH, editada por aquela entidade norte-americana em 1994. Trata-se de um modelo numérico que permite comparar o peso real que o trabalhador está levantando (PR) com o Limite de Peso Recomendado (LPR) para aquela circunstância.

    A equação do NIOSH considera 23 kg como o Limite de Peso Recomendado máximo que poderia ser levantado. Esse valor deve ser reduzido (e nunca aumentado) considerando seis fatores da realidade daquela operação: distância horizontal entre o corpo do trabalhador e o centro de massa da carga, altura vertical em que a carga está sendo pega, altura vertical final no destino, ângulo de assimetria do tronco, frequência do levantamento e qualidade da pega da carga. É importante para o leitor saber que, dos seis fatores previstos na equação do NIOSH, dois são de grande importância: frequência do levantamento e distância horizontal do indivíduo à carga; dois são de média importância: altura vertical e assimetria; e dois são de pequena importância: distância vertical percorrida e qualidade da pega da carga. Assim, na ação ergonômica, deve o profissional de ergonomia procurar, prioritariamente, alguma forma de aproximar o indivíduo da carga e reduzir a frequência do levantamento. Uma das limitações da equação do NIOSH é que ela não leva em consideração o deslocamento com a carga (andar com ela). Outra limitação é ser de difícil aplicação na movimentação de cargas variadas, sendo que, nesse caso, uma alternativa é utilizar o Método LifTT.

MÉTODO LIFTT

Desenvolvido na Universidade Auburn do Alabama em 2016, trata-se de um modelo numérico para estimar a probabilidade de um trabalho monotask ou multitask ser considerado como de alto risco de lombalgia na execução de levantamento manual de cargas.

Os autores propõem uma ferramenta amigável, que tem somente três variáveis: peso do objeto que está sendo levantado; distância horizontal do centro de massa da carga à articulação do quadril do trabalhador (valor máximo); e repetição: número de vezes em que a ação técnica é realizada na jornada. Ou seja, considera somente os fatores mais importantes da equação do NIOSH.

O modelo fornece dois resultados: dano cumulativo de cada tipo de levantamento e estimativa global da probabilidade de classificar o trabalho em relação ao risco de lombalgia considerando o número de vezes de cada levantamento, permitindo ao analista atuar exatamente sobre aquelas atividades apontadas como críticas. Website: lifft.pythonanywhere.com.

PREVENÇÃO

É na prevenção das lombalgias que a Biomecânica apresenta seu maior potencial preventivo (e não é pouco, uma vez que as lombalgias no trabalho são a principal causa de afastamento de trabalhadores em todo o mundo). Os 10 princípios são: o corpo deve estar na posição vertical; estar bem sentado; redução da intensidade dos esforços físicos; redução do peso dos objetos; princípio PECPLOSP (cargas a serem levantadas devem estar perto do corpo, elevadas, devem ser compactas, transportadas por pequenas distâncias, leves, levantamento ocasional, de forma simétrica e devem ter pega adequada); eliminar os esforços estáticos ou apoiar o segmento corporal nessa situação; melhorar a alavanca do movimento, aproximando a resistência do ponto de apoio e afastando a aplicação da força do ponto de apoio; ações dentro da área de alcance; facilitar o esforço de puxar e empurrar cargas; e controlar a exposição à vibração de corpo inteiro.

A aplicação dos conceitos colocados neste artigo tem como consequência a redução de, no mínimo, 66% dos casos de afastamentos por dores na coluna vertebral. Convenhamos, é uma enorme contribuição da Biomecânica para a melhoria das condições de trabalho.

Fonte: Revista Proteção

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Três importantes questões ergonômicas da atualidade https://playcipa.com.br/tres-importantes-questoes-ergonomicas-da-atualidade/ https://playcipa.com.br/tres-importantes-questoes-ergonomicas-da-atualidade/#respond Tue, 02 Feb 2021 14:23:34 +0000 https://playcipa.com.br/?p=1494 ergonomia é é uma ciência que busca entender a relação do homem com as condições de trabalho, conhecida como o estudo da relação entre o homem e o seu ambiente laboral, podemos dizer que a ergonomia no trabalho oferece ao indivíduo o conforto adequado e os métodos de prevenção de acidentes e de patologias especificas para cada tipo de atividade executada.

O trabalho está sempre mudando e, assim, a ergonomia tem que estar sempre evoluindo, de forma a se obter o trinômio da boa produtividade, com conforto e segurança. Desde 2010 esse desafio tem algumas facetas novas, acentuado ainda mais pela pandemia. Vamos abordar três aspectos bastante atuais.

1 – Tecnologias moderníssimas e seu impacto

O convívio com as denominadas Tecnologias 4.0 já vinha ocorrendo no Brasil desde 2015, algumas um pouco antes: internet das coisas, computação na nuvem, cybersegurança, integração de sistemas e máquinas, realidade virtual, realidade aumentada, simulação de processos em computador, impressoras 3D, robôs colaborativos, uso de big data e os (ainda incipientes) sistemas tecnológicos inteligentes, também denominados IA- Inteligência Artificial).

Essas tecnologias têm contribuído para melhorar as condições ergonômicas: redução dos esforços e posições forçadas – pelos robôs colaborativos; redução de carga mental em atividades de processamento de dados administrativos – pelo estabelecimento de rotinas em computador; simulações melhorando a confiabilidade e a capacitação dos operadores; simuladores na operação de máquinas complexas, facilitando o aprendizado antes de operá-las na situação real de trabalho; simulação de plantas industriais, ainda na fase de projeto, aperfeiçoando a ergonomia dos postos de trabalho; redução de interrupções no processo (cuja correção costuma ser feita em posições muito forçadas do corpo ou sob temperaturas extremas) pela melhoria da manutenção preditiva; e projetos tridimensionais em tablets em montagens complexas.

Por outro lado, essas novíssimas tecnologias passaram a demandar dos trabalhadores um grande esforço adaptativo, pela necessidade de sempre aprender cada vez mais e em cada vez menos tempo, uma vez que a competência passou a se tornar obsoleta rapidamente. Outro grande ponto de sobrecarga tem sido para os trabalhadores das empresas de tecnologia encarregados de fazerem as tecnologias 4.0 “rodar” adequadamente: é esperado que eles tenham a tríade do transtorno mental visto que seu trabalho está sendo intenso, denso e tenso, uma vez que dois dos pilares da Tecnologia 4.0 são a segurança das informações e a conectividade de sistemas (esses elementos não podem falhar). E daí vem as jornadas de trabalho irregulares, teletrabalho e disponibilidade para atender a emergências a qualquer hora do dia ou da noite.

Também os gestores estão desafiados a apresentar um novo perfil de capacitação: habilidade conceitual enorme para lidar com as muitas variáveis, associada à habilitação técnica profunda para entender e gerenciar os diversos contratos com empresas de Tecnologia 4.0.

2 – SARS-CoV-2 como acelerador do futuro

Pelo menos em quatro áreas, o SAR-S-CoV-2 precipitou mudanças irreversíveis na forma de se trabalhar: no teletrabalho, nas viagens de negócios, no ensino e na telemedicina.

O teletrabalho, imposto de forma súbita, “na marra”, especialmente na sua forma mais frequente (home office), trouxe uma série de problemas já conhecidos e outros ainda por conhecer, desde as péssimas condições do posto de trabalho em casa até as dificuldades de lidar com as interferências e com o cuidado dos filhos, não esquecendo do isolamento social. Um aspecto muito sutil foi a transferência da responsabilidade de solução de conflitos para o próprio usuário, na sua casa. Se há perda no aspecto do coletivo do trabalho, há ganhos importantes na redução dos tempos de deslocamento. Provavelmente o futuro será caracterizado pela fórmula mista 4×1 (quatro dias em casa e um dia no escritório) ou 3×2 (três dias em casa e dois dias no escritório).

O turismo de negócios tampouco será o mesmo daqui para a frente. Embora as feiras e grandes eventos sejam mantidos após o controle da pandemia, com o uso dos aplicativos de videoconferência, as viagens curtas para solução de problemas serão muito reduzidas, com diminuição importante da fadiga.

Na educação, o ensino a distância veio para ficar e sinaliza-se, de hoje em diante, a era dos cursos semipresenciais, ficando a parte presencial para as aulas práticas. Impactos para o aprendizado? Sim, positivos e negativos. Impacto para os professores? Também positivos e negativos. Positivo quanto ao menor desgaste de voz em salas de aula com ar refrigerado e no deslocamento. Negativo com o comprometimento de um dos fatores mais importantes da qualidade de vida de professores engajados: a perda do contato com os alunos e a consequente redução do aprendizado pela reciprocidade.

Na telemedicina, as alternativas são inúmeras e não cabe aqui defini-las, a não ser dizer que não há como tentar barrar revoluções. E essa é uma delas.

3 – Mudanças nas relações de trabalho em novas profissões

Em 2016, Rosamond Hutt e Rachel Hallet (apud Melamed*) já relatavam uma série de profissões novas muito demandadas: desenvolvedor de apps, gerenciador de mídia sociais, motorista de carros por aplicativos, engenheiros de veículos autônomos, especialista computacional de dados em nuvem, analista de big data (cientista de dados), gerente de sustentabilidade, criadores de conteúdo para YouTube, operadores de drones e especialistas de recursos humanos com foco na geração milenial. Também falavam de novos trabalhos, já reais, mas ainda raros: fabricantes de partes do corpo, nano-médicos, farmacêuticos e agrotécnicos para gado geneticamente modificado e para plantas geneticamente modificadas, consultores em bem-estar para pessoas de terceira idade, policiais para fiscalizar técnicas de modificação das condições meteorológicas, advogados virtuais, advogados de crimes cibernéticos e comunicadores personalizados.

O que há de comum na quase totalidade dessas novas profissões? É a mudança na relação de trabalho, geralmente fora de uma relação tradicional de emprego, aquela das oito horas diárias e de segunda a sexta. A flexibilidade aumenta (o que é bom sob o ponto de vista de ergonomia), mas a demanda por trabalho IDT (Intenso, Denso e Tenso) também pode estar presente, com o risco de adoecimento mental. Também a cobertura da ação ergonômica fica prejudicada, uma vez que tira do empregador (inexistente na maioria das vezes) a responsabilidade da melhoria, ficando o próprio indivíduo com esse encargo.

PAPEL DO ERGONOMISTA

É necessário estar agora em duas vertentes. Sem abandonar as demandas físicas e mentais do trabalho nos espaços produtivos, é necessário engajar-se em uma nova forma de trabalhar, aprimorando o papel de “ergo-coach” do trabalhador, ensinando ergonomia in loco, na nova realidade de trabalho, em muitos casos, à distância, com atenção especial à saúde mental. Qual é a ferramenta para isso? É o tradicional censo de ergonomia, com a pergunta básica: o que você tem no seu trabalho que lhe causa desconforto, dificuldade, fadiga, dolorimento, dor, ou risco de acidente? Tentando ajudar o trabalhador no processo de superação dessas dificuldades.


(Fonte: Revista Proteção)

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